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Mais de 2.500 cientistas brasileiros em 56 países desejam regressar ou cooperar com o Brasil, aponta demanda do Conhecimento Brasil

Atualizado: 27 de nov.

Mais de 2.500 pesquisadores e pesquisadoras brasileiros radicados em 56 países demonstraram interesse em regressar ao Brasil ou atuar em cooperação científica com instituições e empresas nacionais, de acordo com os dados da demanda bruta submetida às duas chamadas do programa Conhecimento Brasil: uma voltada à atração e fixação de pesquisadores brasileiros em atuação no exterior, e outra dirigida à formação de redes de cooperação científica envolvendo brasileiros vinculados a instituições de pesquisa estrangeiras.


Ao todo, 1.593 propostas foram submetidas à chamada de repatriação de pesquisadores, enquanto outras 979 concorrem ao edital de formação de redes de cooperação com instituições situadas no Brasil – totalizando 2.572 submissões às duas linhas. Somada, a demanda bruta apresentada se aproxima de R$ 2 bilhões – quase o dobro, portanto, do valor que o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) reservou ao programa, para ser investido ao longo de cinco anos.


"Os dados permitem afirmar que o Conhecimento Brasil é uma ação acertada e que, felizmente, foi bem compreendida e aceita pela comunidade científica. Estamos satisfeitos por poder proporcionar oportunidades de retorno e de cooperação a nossos pesquisadores no exterior", afirma o presidente do CNPq, Ricardo Galvão.
Conhecimento Brasil - Chamada de Redes - Origem da demanda bruta, por região do país
Conhecimento Brasil - Chamada de Redes - Origem da demanda bruta, por região do país

"São números acima das nossas expectativas e que confirmam a existência de uma diáspora científica brasileira que precisa ser integrada ao esforço de ciência, tecnologia e inovação do país. Até dezembro, essas demandas estarão avaliadas e prontas para contratação", afirma o diretor científico do CNPq, Olival Freire Jr.


Do total de propostas submetidas à chamada de redes, 304 pretendem estabelecer cooperação com instituições dos Estados Unidos. Em seguida aparecem Portugal (127), Inglaterra (99) e Espanha (91). Diversos outros países europeus também figuram na lista, assim como China, Austrália e países africanos, como Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.


As áreas com maior número de propostas foram ciências da saúde (196 propostas), ciências biológicas (183), ciências exatas e da terra (181) e engenharias (163). Os destinos de maior interesse, por região, estão no Sudeste (44%), Nordeste (22%), Sul (21%), Centro-Oeste (8%) e Norte (5%).


A maior parte dos projetos submetidos à chamada de repatriação corresponde às áreas de ciências biológicas (mais de 400 propostas), ciências exatas e da terra (cerca de 300 propostas) e engenharias (pouco mais de 200 propostas). Cerca de 71% do orçamento solicitado corresponde a bolsas, 20% a custeio, e 9% a recursos de capital (destinados a construir e equipar salas e laboratórios).

Card indica que pesquisadores de instituições de 56 países demonstraram interesse em desenvolver projetos em cooperação científica com instituições brasileiras.
Card indica que pesquisadores de instituições de 56 países demonstraram interesse em desenvolver projetos em cooperação científica com instituições brasileiras.

Os dados indicam ainda que 91% dos proponentes são ligados a instituições de ciência, tecnologia e inovação (como universidades e institutos de pesquisa), enquanto 9% são ligados a empresas.


Executado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o programa Conhecimento Brasil é uma das 10 ações prioritárias definidas em 2023 pelo conselho do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e fazem parte da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) para o período de 2023 a 2030 – instrumentos que contaram com ampla participação da comunidade científica e que marcam a retomada do investimento em ciência, tecnologia e inovação no país.


O Conhecimento Brasil se divide em duas chamadas: Atração e Fixação de Talentos, com estimativa de investimento anual de aproximadamente R$ 165 milhões, ao longo de 5 anos, em projetos de pesquisadores brasileiros que residam no exterior e queiram voltar a desenvolver pesquisas no país; e Apoio a Projetos em Rede com Pesquisadores Brasileiros no Exterior, com estimativa de investimento em R$ 230 milhões, ao todo, em dois anos, voltada a apoiar a execução de projetos em instituições de ensino superior públicas ou privadas, institutos de ciência e tecnologia e empresas que desenvolvam pesquisas, sempre localizados no Brasil, em cooperação com brasileiros atuando em congêneres estrangeiras.

Valor total da demanda bruta e quantidade de ICTs e empresas proponentes - Chamada Atração e Fixação
Valor total da demanda bruta e quantidade de ICTs e empresas proponentes - Chamada Atração e Fixação

O investimento total tem origem em recursos do FNDCT, cujo descontingenciamento representou uma vitória da comunidade científica. Somente em 2023, o FNDCT investiu R$ 9,6 bilhões em programas e ações estruturantes da ciência, tecnologia e inovação no país, recuperando um patamar que não se atingia desde 2013. E em 2024, o fundo realiza o maior investimento de sua história: R$ 12,7 bilhões, que serão aplicados em 10 programas estratégicos.


A aplicação dos recursos do FNDCT em programas estratégicos tem permitido ao CNPq liberar recursos de seu orçamento para investimento em chamadas tradicionais, como a Universal 2023, realizada inteiramente com recursos próprios e que já pagou cerca de 90% do valor total aos pesquisadores; e a de Projetos Internacionais de Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação, lançada em junho, com investimento previsto de R$ 215 milhões, 26% a mais que a do ano passado.




 

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